quarta-feira, 1 de abril de 2009
Tipos de interação
Existem diferentes tipos de interação com os alunos que os instrutores de libras podem adotar em suas aulas de acordo com o seu objetivo e necessidade.
a) Instrutor-alunos:
Fonte: www.hampstead-english.ac.uk/.../category/C11/
Ao selecionar essa forma de interação, o instrutor se dirige a todo o grupo, tornando-se o centro das atenções. Por essa razão, o professor pode acabar falando mais do que os alunos. É muito comum, no entanto, que nesse tipo de interação, instrutor-alunos, o professor faça perguntas para cada um dos alunos ou para todo o grupo, deixando, nesse último caso, que os alunos se voluntariem para respondê-las.
A tendência nesse tipo de interação é que os alunos falem menos:
1) porque o instrutor fala mais e;
2) porque os alunos só falam uma vez e depois ficam vendo as respostas de todos os outros colegas.
Embora essa interação seja importante em algumas situações, os instrutores devem evitar empregá-las várias vezes durante as aulas, já que ela tira dos alunos oportunidades de exercitar mais a libras.
O uso da interação instrutor-alunos é recomendável nas seguintes situações:
- No início da aula, quando o tópico da aula anterior está sendo revisado ou quando o instrutor introduz um novo tópico e quer fazer isso partindo de opiniões e/ou conhecimentos dos alunos;
- Durante a explicação de tarefas;
- Ao fim de uma tarefa, quando o professor quer comentar “erros” que observou durante a sua realização, etc.
b) Pares (aluno-aluno):
Fonte: muncy.spaceblog.com.br/36
O uso desse tipo de interação desloca o foco da aula do instrutor para o aluno. Uma das vantagens da interação aluno-aluno é, em primeiro lugar, que o tempo de uso da libras por parte do aluno aumenta. Além disso, o aluno se expõe menos e, conseqüentemente, passa a se sentir mais confortável em exercitar a libras, já que seus “erros”, totalmente naturais no processo de aprendizagem, não vão ser vistos por todo o grupo.
É muito importante que durante o uso dessa interação o instrutor passe de grupo em grupo não só para ajudar os alunos esclarecendo dúvidas, fazendo pequenas correções, ensinando um sinal que eles eventualmente queiram usar naquela atividade, mas também coletando “erros” comuns a serem comentados no final da atividade, evidentemente, sem que se mencione o nome do aluno.
É bastante comum nas aulas de libras que os instrutores usem essa estratégia em atividades que os alunos precisam criar diálogos. Uma outra coisa bastante comum é que, ao término dessas atividades, os instrutores peçam a cada par que apresente seu diálogo para todo o grupo. Esse tipo de estratégia pode consumir muito tempo de aula e, assim como na interação instrutor-alunos, tirar dos alunos oportunidades de praticar, já que eles terão de assistir a todas as apresentações.
c) Pequenos grupos:
Fonte: www.hampstead-english.ac.uk/.../category/C11/
Esse tipo de interação é bastante apropriado, por exemplo, quando o instrutor propõe atividades que envolvem competição entre os alunos. Um dos aspectos positivos do uso dessa interação é que os alunos têm oportunidades de se integrarem mais com os outros colegas e de socializarem seu conhecimento. No grupo, cada um contribui de uma forma e todos aprendem em conjunto.
O instrutor precisa tomar o cuidado de selecionar bem as atividades que combinam com esse tipo interação. Se se tratar de uma atividade em que a prática de cada aluno é importante, a realização em grupo pode não ser muito adequada, já que, em grupo, as oportunidades de exercitar precisam ser divididas entre todos.
⋆ ⋆ ⋆
É importante que o instrutor utilize diferentes formas de interação em suas aulas, mas é preciso que ele faça isso conscientemente. Ele precisa considerar em que momentos usar cada uma delas e precisa saber dosá-las. Ele nem pode ser o único a falar durante as aulas, mas também não pode anular seu papel de mediador entre os alunos e a libras, oferecendo aos alunos oportunidades de verem um usuário dessa língua fazendo uso dela.
Escrito por:
André Xavier - Bacharel em Letras (Lingüística e Português) pela Universidade de São Paulo (2002). Mestre em Semiótica e lingüística geral também pela Universidade de São Paulo (2006).
a) Instrutor-alunos:
Fonte: www.hampstead-english.ac.uk/.../category/C11/
Ao selecionar essa forma de interação, o instrutor se dirige a todo o grupo, tornando-se o centro das atenções. Por essa razão, o professor pode acabar falando mais do que os alunos. É muito comum, no entanto, que nesse tipo de interação, instrutor-alunos, o professor faça perguntas para cada um dos alunos ou para todo o grupo, deixando, nesse último caso, que os alunos se voluntariem para respondê-las.
A tendência nesse tipo de interação é que os alunos falem menos:
1) porque o instrutor fala mais e;
2) porque os alunos só falam uma vez e depois ficam vendo as respostas de todos os outros colegas.
Embora essa interação seja importante em algumas situações, os instrutores devem evitar empregá-las várias vezes durante as aulas, já que ela tira dos alunos oportunidades de exercitar mais a libras.
O uso da interação instrutor-alunos é recomendável nas seguintes situações:
- No início da aula, quando o tópico da aula anterior está sendo revisado ou quando o instrutor introduz um novo tópico e quer fazer isso partindo de opiniões e/ou conhecimentos dos alunos;
- Durante a explicação de tarefas;
- Ao fim de uma tarefa, quando o professor quer comentar “erros” que observou durante a sua realização, etc.
b) Pares (aluno-aluno):
Fonte: muncy.spaceblog.com.br/36
O uso desse tipo de interação desloca o foco da aula do instrutor para o aluno. Uma das vantagens da interação aluno-aluno é, em primeiro lugar, que o tempo de uso da libras por parte do aluno aumenta. Além disso, o aluno se expõe menos e, conseqüentemente, passa a se sentir mais confortável em exercitar a libras, já que seus “erros”, totalmente naturais no processo de aprendizagem, não vão ser vistos por todo o grupo.
É muito importante que durante o uso dessa interação o instrutor passe de grupo em grupo não só para ajudar os alunos esclarecendo dúvidas, fazendo pequenas correções, ensinando um sinal que eles eventualmente queiram usar naquela atividade, mas também coletando “erros” comuns a serem comentados no final da atividade, evidentemente, sem que se mencione o nome do aluno.
É bastante comum nas aulas de libras que os instrutores usem essa estratégia em atividades que os alunos precisam criar diálogos. Uma outra coisa bastante comum é que, ao término dessas atividades, os instrutores peçam a cada par que apresente seu diálogo para todo o grupo. Esse tipo de estratégia pode consumir muito tempo de aula e, assim como na interação instrutor-alunos, tirar dos alunos oportunidades de praticar, já que eles terão de assistir a todas as apresentações.
c) Pequenos grupos:
Fonte: www.hampstead-english.ac.uk/.../category/C11/
Esse tipo de interação é bastante apropriado, por exemplo, quando o instrutor propõe atividades que envolvem competição entre os alunos. Um dos aspectos positivos do uso dessa interação é que os alunos têm oportunidades de se integrarem mais com os outros colegas e de socializarem seu conhecimento. No grupo, cada um contribui de uma forma e todos aprendem em conjunto.
O instrutor precisa tomar o cuidado de selecionar bem as atividades que combinam com esse tipo interação. Se se tratar de uma atividade em que a prática de cada aluno é importante, a realização em grupo pode não ser muito adequada, já que, em grupo, as oportunidades de exercitar precisam ser divididas entre todos.
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É importante que o instrutor utilize diferentes formas de interação em suas aulas, mas é preciso que ele faça isso conscientemente. Ele precisa considerar em que momentos usar cada uma delas e precisa saber dosá-las. Ele nem pode ser o único a falar durante as aulas, mas também não pode anular seu papel de mediador entre os alunos e a libras, oferecendo aos alunos oportunidades de verem um usuário dessa língua fazendo uso dela.
Escrito por:
André Xavier - Bacharel em Letras (Lingüística e Português) pela Universidade de São Paulo (2002). Mestre em Semiótica e lingüística geral também pela Universidade de São Paulo (2006).
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